1- O ano já tem muito de velho. Como bem dizem os Moçambicanos: camarão que dorme a onda leva. E ninguém ousa dormir, porque a vida não deixa, o coração bombeia, o cérebro "enche-se" de oxigénio e pensa. E essa magica bolha de oxigénio, quem diria, que do "ar" que respiramos e inspiramos pensamos na mais íntima, bela e complicada "coisa" para entreter nossa preguiça do primeiro dia do ano. O ano já tem muito de velho. Acordamos para um novo ano e já somos cidadãos de uma integração regional, mas ainda não sabemos se estamos integrados pela boca ou pelo nariz. Afinal a integração regional depende de papilas gustativas na língua e de receptores de odores no olfacto. E não é uma questão de gostos e cheiros?
2- E a critica fica “aonde” no primeiro dia do ano? Pensava com a minha preguiça. “A critica é importante” parece que ouvi isto varias vezes. Não no mesmo lugar. Os lugares mudam-se, mas fica-se com o hábito. Dentro destas belas reflexões que tenho saboreado na blogsfera Moçambicana, descobri que tudo não passa de gostos e cheiros. A crítica é isso, saber reflectir e falar dos teus cheiros e gostos. A medicina ensinou-me que na superfície da língua existem dezenas de papilas gustativas, cujas células sensoriais percebem os quatro sabores primários: 1) amargo, (2) azedo ou ácido, (3) salgado e (4) doce. E quando misturados produzem sabores distintos. Assim, aprendi na blogsfera, com ajuda da língua, a classificar as várias reflexões usando o esquema de quatro sabores primários.
3 – Tudo é uma questão de sabores e cheiros. Estamos integrados. E na crítica e no debate. Resolvi, reflectir sobre a ideologia dos sabores e cheiros. Sim! Porque não? Afinal a esquerda e ou a direita também resultam desta aprendizagem para categorizar sabores e cheiros. Como humanos podemos detectar 20 000 odores diferentes. A maneira com que cultivamos esses odores, pode conduzir-nos a varias categorizações, que não cabem só na categoria de esquerda ou de direita. Mas deve haver ai um segredo, como animais. Porque somos apesar de andarmos só com duas patas, animais. Estes utilizam esta capacidade do olfacto para se relacionarem com o meio e comunicarem com outros seres vivos, podem emitir vários sinais para deixar rastos, marcar território, definir hierarquia social, o sexo ou a disponibilidade de reprodução. Ser de esquerda ou de direita para animais não passa de uma orientação, de espaço do que de ideologia.
4 – Nos que crescemos num subúrbio, onde o nosso território, ou hierarquia social, estava delimitado por um zinco, descobrimos que os cheiros pertencem a muitos, mas o sabor a alguns. Aprendemos com o olfacto, a mapear o mundo a nossa volta. O cheiro que saia da casa da/o vizinha/o permitia-nos definir a hierarquia social, a disponibilidade emocional e financeira do vizinho. Com o cheiro podia instrumentalmente categoriza-los em “folgados” e em “desenrascados”. E na base de cheiros muitos tornaram-se videntes, feiticeiros, “os que tem”, e “os que não tem”.
5- Estamos integrados. A ideologia é isso. Estar ligado a “isso”. Existem varias explicações e definições de ideologia. A esquerda ou direita, não passam de uma busca constante a “isso”. “Isso” ninguém vai-te explicar direito o que significa, porque ninguém sabe, faz parte dos 20 000 odores diferentes que tanto nos humanos e animas mamíferos e insectos procuramos. Uma bússola, para orientar nosso mundo, conhecer melhor a tua ou teu vizinha/o, se ela é “folgada” ou “desenrascada”.
6- Os meus companheiros da blogsfera seleccionarão figuras do ano, “fiquei” em pânico, porque não tenho critérios credíveis para seleccionar a figura do ano. Mandei os critérios a... e resolvi faze-lo também. Eis os nomeados: Carlos Serra (rebenta minas! Faz-me lembrar os militares-condutores de camiões militares no tempo de guerra civil, não havia tempo para aprender inversao de marcha com os famosos “madjedjes”, para frente é que era o caminho, o guru do estudo do social em Moçambique); Elísio Macamo (ser académico e intelectual não é brincadeira não! Com carapau ou repolho, ou frango do Brasil, ciência é ciência); Patrício Langa (para tudo precisamos de ser irreverentes e dispostos para o debate, um dos melhores jovens intelectuais e académicos que Moçambique tem); Ilídio Macia (um dos melhores curandeiros da modernidade e com mais actualizações o pais sai a ganhar); Egídio Vaz (o curandeiro da modernidade numero 1, o melhor activista bloguista a moçambicana); Bayano Valy ( o curandeiro da modernidade numero 2, afinal a liberdade de expressão não e tudo, precisa-se de jornalismo serio); Eugenio Chimbutana (um dos melhores curandeiros da modernidade, o melhor suplemento económico da blogsfera); Ouri pota (o cafe cultural na blogsfera, depois de Marcelo Panguana, Nataniel Ngomane, Felimone Meigos, Guilherme Mussane, Rogério Manjate, aqui esta um jornalismo cultural promissor); Stayleir Marroquim (o curandeiro da modernidade numero 4, o legislador que se cuide, existe gente aqui que pensa e argumenta); Basilio Muhate (com mocambiqueonline, uma contribuição valiosa ao debate de ideias e convívio de diferenças), Opais online e canal de Moçambique (o melhor que se fez em edição online de noticias); Rogerio sitoe (pelas suas opiniões na rubrica conjunturas, no jornal noticias); Radio Moçambique - emissores provinciais (pelo serviço que presta as comunidades rurais, com informação e entretenimento em línguas nacionais, um bem publico precioso e indispensável para o pais); Café-bar Gil Vicente e núcleo de arte (o ponto de referencia das artes em Maputo); Parque nacional das Quirimbas (o turismo comunitário esta a mudar a vida e a face da ilha do IBO, um conceito de turismo que pode mudar a vida de muitos moçambicanos); Banda kakana (como banda de afro-jazz, sempre brindou-nos com o melhor que se produz de talento jovem na praça); Mutumbela Gogo (voltou a ser o santuário do bom teatro); Desportivo de Maputo (o melhor clube da actualidade, um santuário de talentos, com uma das melhores escola de jovens); Liga dos direitos Humanos (um trabalho excelente de assistência jurídica e paralegal a moçambicanos nas comunidades urbana e periurbana de Moçambique, uma equipe extraordinária de jovens profissionais); fundação agha khan (um trabalho excelente de apoio a centros de saúde e escolas primarias na melhoria da qualidade de serviços em alguns distritos de Cabo Delgado);
8 – e o ano comeca, feliz novo ano a todos leitores do chapa100.
2- E a critica fica “aonde” no primeiro dia do ano? Pensava com a minha preguiça. “A critica é importante” parece que ouvi isto varias vezes. Não no mesmo lugar. Os lugares mudam-se, mas fica-se com o hábito. Dentro destas belas reflexões que tenho saboreado na blogsfera Moçambicana, descobri que tudo não passa de gostos e cheiros. A crítica é isso, saber reflectir e falar dos teus cheiros e gostos. A medicina ensinou-me que na superfície da língua existem dezenas de papilas gustativas, cujas células sensoriais percebem os quatro sabores primários: 1) amargo, (2) azedo ou ácido, (3) salgado e (4) doce. E quando misturados produzem sabores distintos. Assim, aprendi na blogsfera, com ajuda da língua, a classificar as várias reflexões usando o esquema de quatro sabores primários.
3 – Tudo é uma questão de sabores e cheiros. Estamos integrados. E na crítica e no debate. Resolvi, reflectir sobre a ideologia dos sabores e cheiros. Sim! Porque não? Afinal a esquerda e ou a direita também resultam desta aprendizagem para categorizar sabores e cheiros. Como humanos podemos detectar 20 000 odores diferentes. A maneira com que cultivamos esses odores, pode conduzir-nos a varias categorizações, que não cabem só na categoria de esquerda ou de direita. Mas deve haver ai um segredo, como animais. Porque somos apesar de andarmos só com duas patas, animais. Estes utilizam esta capacidade do olfacto para se relacionarem com o meio e comunicarem com outros seres vivos, podem emitir vários sinais para deixar rastos, marcar território, definir hierarquia social, o sexo ou a disponibilidade de reprodução. Ser de esquerda ou de direita para animais não passa de uma orientação, de espaço do que de ideologia.
4 – Nos que crescemos num subúrbio, onde o nosso território, ou hierarquia social, estava delimitado por um zinco, descobrimos que os cheiros pertencem a muitos, mas o sabor a alguns. Aprendemos com o olfacto, a mapear o mundo a nossa volta. O cheiro que saia da casa da/o vizinha/o permitia-nos definir a hierarquia social, a disponibilidade emocional e financeira do vizinho. Com o cheiro podia instrumentalmente categoriza-los em “folgados” e em “desenrascados”. E na base de cheiros muitos tornaram-se videntes, feiticeiros, “os que tem”, e “os que não tem”.
5- Estamos integrados. A ideologia é isso. Estar ligado a “isso”. Existem varias explicações e definições de ideologia. A esquerda ou direita, não passam de uma busca constante a “isso”. “Isso” ninguém vai-te explicar direito o que significa, porque ninguém sabe, faz parte dos 20 000 odores diferentes que tanto nos humanos e animas mamíferos e insectos procuramos. Uma bússola, para orientar nosso mundo, conhecer melhor a tua ou teu vizinha/o, se ela é “folgada” ou “desenrascada”.
6- Os meus companheiros da blogsfera seleccionarão figuras do ano, “fiquei” em pânico, porque não tenho critérios credíveis para seleccionar a figura do ano. Mandei os critérios a... e resolvi faze-lo também. Eis os nomeados: Carlos Serra (rebenta minas! Faz-me lembrar os militares-condutores de camiões militares no tempo de guerra civil, não havia tempo para aprender inversao de marcha com os famosos “madjedjes”, para frente é que era o caminho, o guru do estudo do social em Moçambique); Elísio Macamo (ser académico e intelectual não é brincadeira não! Com carapau ou repolho, ou frango do Brasil, ciência é ciência); Patrício Langa (para tudo precisamos de ser irreverentes e dispostos para o debate, um dos melhores jovens intelectuais e académicos que Moçambique tem); Ilídio Macia (um dos melhores curandeiros da modernidade e com mais actualizações o pais sai a ganhar); Egídio Vaz (o curandeiro da modernidade numero 1, o melhor activista bloguista a moçambicana); Bayano Valy ( o curandeiro da modernidade numero 2, afinal a liberdade de expressão não e tudo, precisa-se de jornalismo serio); Eugenio Chimbutana (um dos melhores curandeiros da modernidade, o melhor suplemento económico da blogsfera); Ouri pota (o cafe cultural na blogsfera, depois de Marcelo Panguana, Nataniel Ngomane, Felimone Meigos, Guilherme Mussane, Rogério Manjate, aqui esta um jornalismo cultural promissor); Stayleir Marroquim (o curandeiro da modernidade numero 4, o legislador que se cuide, existe gente aqui que pensa e argumenta); Basilio Muhate (com mocambiqueonline, uma contribuição valiosa ao debate de ideias e convívio de diferenças), Opais online e canal de Moçambique (o melhor que se fez em edição online de noticias); Rogerio sitoe (pelas suas opiniões na rubrica conjunturas, no jornal noticias); Radio Moçambique - emissores provinciais (pelo serviço que presta as comunidades rurais, com informação e entretenimento em línguas nacionais, um bem publico precioso e indispensável para o pais); Café-bar Gil Vicente e núcleo de arte (o ponto de referencia das artes em Maputo); Parque nacional das Quirimbas (o turismo comunitário esta a mudar a vida e a face da ilha do IBO, um conceito de turismo que pode mudar a vida de muitos moçambicanos); Banda kakana (como banda de afro-jazz, sempre brindou-nos com o melhor que se produz de talento jovem na praça); Mutumbela Gogo (voltou a ser o santuário do bom teatro); Desportivo de Maputo (o melhor clube da actualidade, um santuário de talentos, com uma das melhores escola de jovens); Liga dos direitos Humanos (um trabalho excelente de assistência jurídica e paralegal a moçambicanos nas comunidades urbana e periurbana de Moçambique, uma equipe extraordinária de jovens profissionais); fundação agha khan (um trabalho excelente de apoio a centros de saúde e escolas primarias na melhoria da qualidade de serviços em alguns distritos de Cabo Delgado);
8 – e o ano comeca, feliz novo ano a todos leitores do chapa100.
12 comentários:
La famba bicha, chapa 100, waka Matine...Kanimambo por considerares o Moçambiqueonline uma referência no teu blog.
Meu companheiro, a batalha campal continua...mas para 2008 deixo-te um ditado:- A revolução não se faz com rosas.
Um abraço e um bom ano !!
Muhate
la famba bicha basilio, waka muhate...gostei dessa da revolucao. e tu acreditas numa revolucao basilio? e as rosas custam dinheiro, acima de 150 paus (6 usd) em Maputo, imagina quem se atreveria a dar 150 paus para uma revolucao. na ucrania as rosas e o banners, eram subsidiadas pelos partidos politicos.
um abraco e um bom ano waka muhate
Obrigado pela "rebentadora" selecção do meu blogue! Abraço!
Muito obrigado Matine. Espero que tenhas passado bem as festas e cá estamos nós de volta ao trabalho.
Gostei dos cheiros e sabores - é isso mesmo. Nas entrelinhas do teu texto pude perceber que estamos mesmo em conflito científico e ideológico. De alguma forma, temos que aceitar que todo o discurso científico é passível de uma dupla "leitura": de significações propriamente científicas e de significações ideológicas, como diz Manuel Castells. Vamos ao debate com os seus diferentes cheiros e sabores.
Um abraço muito forte e tudo de bom neste novo ano, evidentemente com os seus cheiros e sabores.
obrigado! professor serra por passar pelo chapa100.
bayano! o debate tem a razao de ser, nao acho que saimos assim tanto da estrada. os blogs aumentaram nao so em quantidade como em qualidade!
um feliz ano para ti tambem.
Matine, o meu Kanimambo por teres caragado o Maos de Moaçmbique pra o teu chapa sem 100 pra pagar no destino.
...por favor não altere o preço do Chapa100.
Feliz 2008
Pota
A pressa é inimiga da perfeição...
Matine,
o meu Kanimambo por teres carregado o Mãos de Moçambique para o teu Chapa100 sem mola para pagar no destino.
...por favor não altere o preço do Chapa100.
Feliz 2008
Pota
Chapa 100,
Obrigado pela referência.
Espero que o "suplemento económico" continue a ser útil para ti e para todos os leitores/ bloguistas que tem contribuído para o seu melhoramento.
J.M.
Obrigado pela menção.
O teu mérito reside também no facto de teres sido mais inclusivo na tua lista.
Parabéns.
Abraço
aos bloguistas ouri pota, patricio langa e chimbutane, obrigado pelo convivio de ideias. feliz 2008. la famba bicha
Apesar de tarde, Jorge, muito obrigado pela mencao honrosa. Abracos e estamos juntos.
agradeco eu egidio pela tua contribuicao no debate de ideais.. feliz 2008
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