E veio. o prémio. Brilhante como um cometa livido, que nunca vimos. E o mundo pergunta, quantos dormem e nunca sonham. E o sono diz: quero a paz para sonhar.
A paz tem o feitiço de nunca habitar o imaginário de muitos vivos. Tao arbitraria é a sua escolha, que faz nosso destino uma infância de espinhos. De sonhar angustiante para alem do sonho de estar vivo. Sonhar esforçado para que cada silencio de armas e lágrimas seja tão real. Assim foi nosso quotidiano, correr para alem do sono, por isso inventávamos amuletos e maparamas, para emprestar o sonho aos vivos, e esperar que a noite caia e possamos sonhar o real : a paz. este prémio junta-se ao real da nossa descoberta: a paz esta nos homens, nunca transcendeu a vontade do corpo, do espírito e da vida. só dos homens depende a paz. parabens presidente Joaquim Chissano.
"Poema do Futuro Cidadão"
Vim de qualquer parte
de uma Nação que ainda nao existe.
Vim e Estou aqui!
Não nasci apenas eu
nem tu nem outro...
mas irmão.
Mas
Tenho amor para dar as mãos-cheias.
Amor do que sou
e nada mais
E
tenho no coração
gritos que nao meus somente
porque venho de um pais que ainda nao existe.
Ah! Tenho meu Amor a todos para dar
do que sou.
Eu!
Homem qualquer
cidadão de uma nação que ainda nao existe.
In "XIGUBO", Maputo, INLD, 1982;
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