Caros bloguistas e leitores, voltei. As férias foram curtas, tive que encurta-las devido as manifestações/protesto popular contra o aumento do preço do chapa 100. Não podia manter-me tão longe dos meus leitores e colegas da blogsfera. E o regresso não tem nenhuma intenção de "simbolizar" uma solidariedade do "povo no poder" com os meus passageiros. O lucro não tem dessas coisas. Na vida de pequeno empresário, podemos "ter" uma responsabilidade social, mas só ao nível do imposto. Pago com respeito à contribuição que a sociedade tem para com a minha vida de cidadão e a dos meus. Então, a minha responsabilidade social, com a obrigatoriedade do imposto, faço-a com responsabilidade de quem acredita nas suas limitações para ser "Deus" dos outros.
Na minha pequena introdução, devem ter percebido que não sou um qualquer: sou pequeno empresário. Não tenho uma frota de autocarros de luxo, mas tenho chapa 100. Tem lugares multi-funcionais, uns " sentam-se de pé", outros "sentam-se sentados", tudo depende da tolerância que cada passageiro tem para com os “buracos da vida” e a escassez de transportes urbano. Ser empresário é isso, dar a cada cliente um "prazer" diferente com o mesmo produto, acho que o produto e a marca chapa 100 sustentam-se com isso. Aprendi esses "truques" com a 2M, uns bebem com prazer de rico outros bebem-na com prazer de pobre, mas todos somos aliciados pelo " orgulho nacional a nossa maneira", produzida ali no Infulene rodeada de hortas "embelezando" a revolução verde na cintura de Maputo.
A vida do pequeno empresário funciona com "truques" que aprendemos de grandes empresários. O "truque" que dificilmente consigo apreender tem a ver com o "truque" dos impostos e isenções fiscais. O grande empresário diz que ele representa grandes investimentos, por isso não precisa de sindicatos e confederações de interesse "popular" ou empresarial, tudo ele negocia com o governo, directamente. Quando precisa de isenções fiscais tem uma audiência imediata com o governo, quando alguma negociação complica-se rebusca a palavra mágica: investimento estrangeiro. Logo marca-se uma outra audiência, imediatamente as vezes com direito a debriefing no conselho de ministros. Passado dias, o grande empresário é inaugurado com sirenes e combustível, que devido ao seu estatuto de investimento estrangeiro por três anos não vai pagar a totalidade dos impostos para custear as despesas da sirene e combustível do "chefe" que foi lá inaugurar o investimento. Este truque do grande empresário ainda não deu para aprender.
Quando o pequeno empresário tenta “entender” junto do governo como "funciona" o truque dos impostos e isenções fiscais, somos encaminhados para reunir em confederações empresariais. E Quando o pequeno empresário "pede" audiência com o governo, chamam-no encontro tripartido, porque o governo exige a presença do sindicato de trabalhadores em representação de "passageiros" que viajam connosco sem nenhuma identificação: de operários, camponês, estudantes, idosos, desempregados, domésticas, funcionários públicos, carteiristas, trabalhadores do informal, empregados comercial e industrial. E o encontro revela que o pequeno empresário deve “entender” que imposto paga-se, sem isenções, e o preço do chapa 100 só é legítimo se o sindicato aprovar. Então aprendemos que existem truques que ultrapassam nossas capacidades de pequenos empresários.
Por isso inventamos nossos "truques", do pequeno empresário. Afinal, " a nossa maneira" somos pequenos empresários. O “truque” ate aqui parece eficiente: encurtamos rotas, “negociamos” com o policia de transito e camarária e não com o sindicato, marcamos audiência na hora do almoço no estrela ou museu com o funcionário da reparticao fiscal, "tapamos" os ouvidos da nossa consciência pesada com musica alta, inventamos "nossas zonas " francas para investimento na rota, resolvemos ser governo e decidimos quando e onde o passageiro tem "isenção" de 2.500 meticais no seu investimento “estrangeiro” da renda em casa.
A vida do pequeno empresário, tem “truques” de responsabilidade social, Como puderam ver. Afinal descobrimos que “podemos ser deus” na terra e no céu. Alguém duvidou disso? Somos o novo evangelho, “o rebanho” saiu a rua todo em nome da fé, do bem-estar. Não foi em nome do desespero como alguns tentam demonstrar, o ritual da “religião” da fome não permite isso. Jejuamos, todos os dias, em nome de impostos. E chapa 100 é isso, uma “religião” de truques, que produz o social e chapacentea qualquer cidadão que negue esta responsabilidade que temos para com a sociedade.
E como pequeno empresário, amanha poderei escrever sobre os “subsídios” que pretendem transformar-nos em mensageiros “ de um divino futuro” para os citadinos de Maputo. Aguardem. Sou pequeno empresário.
Na minha pequena introdução, devem ter percebido que não sou um qualquer: sou pequeno empresário. Não tenho uma frota de autocarros de luxo, mas tenho chapa 100. Tem lugares multi-funcionais, uns " sentam-se de pé", outros "sentam-se sentados", tudo depende da tolerância que cada passageiro tem para com os “buracos da vida” e a escassez de transportes urbano. Ser empresário é isso, dar a cada cliente um "prazer" diferente com o mesmo produto, acho que o produto e a marca chapa 100 sustentam-se com isso. Aprendi esses "truques" com a 2M, uns bebem com prazer de rico outros bebem-na com prazer de pobre, mas todos somos aliciados pelo " orgulho nacional a nossa maneira", produzida ali no Infulene rodeada de hortas "embelezando" a revolução verde na cintura de Maputo.
A vida do pequeno empresário funciona com "truques" que aprendemos de grandes empresários. O "truque" que dificilmente consigo apreender tem a ver com o "truque" dos impostos e isenções fiscais. O grande empresário diz que ele representa grandes investimentos, por isso não precisa de sindicatos e confederações de interesse "popular" ou empresarial, tudo ele negocia com o governo, directamente. Quando precisa de isenções fiscais tem uma audiência imediata com o governo, quando alguma negociação complica-se rebusca a palavra mágica: investimento estrangeiro. Logo marca-se uma outra audiência, imediatamente as vezes com direito a debriefing no conselho de ministros. Passado dias, o grande empresário é inaugurado com sirenes e combustível, que devido ao seu estatuto de investimento estrangeiro por três anos não vai pagar a totalidade dos impostos para custear as despesas da sirene e combustível do "chefe" que foi lá inaugurar o investimento. Este truque do grande empresário ainda não deu para aprender.
Quando o pequeno empresário tenta “entender” junto do governo como "funciona" o truque dos impostos e isenções fiscais, somos encaminhados para reunir em confederações empresariais. E Quando o pequeno empresário "pede" audiência com o governo, chamam-no encontro tripartido, porque o governo exige a presença do sindicato de trabalhadores em representação de "passageiros" que viajam connosco sem nenhuma identificação: de operários, camponês, estudantes, idosos, desempregados, domésticas, funcionários públicos, carteiristas, trabalhadores do informal, empregados comercial e industrial. E o encontro revela que o pequeno empresário deve “entender” que imposto paga-se, sem isenções, e o preço do chapa 100 só é legítimo se o sindicato aprovar. Então aprendemos que existem truques que ultrapassam nossas capacidades de pequenos empresários.
Por isso inventamos nossos "truques", do pequeno empresário. Afinal, " a nossa maneira" somos pequenos empresários. O “truque” ate aqui parece eficiente: encurtamos rotas, “negociamos” com o policia de transito e camarária e não com o sindicato, marcamos audiência na hora do almoço no estrela ou museu com o funcionário da reparticao fiscal, "tapamos" os ouvidos da nossa consciência pesada com musica alta, inventamos "nossas zonas " francas para investimento na rota, resolvemos ser governo e decidimos quando e onde o passageiro tem "isenção" de 2.500 meticais no seu investimento “estrangeiro” da renda em casa.
A vida do pequeno empresário, tem “truques” de responsabilidade social, Como puderam ver. Afinal descobrimos que “podemos ser deus” na terra e no céu. Alguém duvidou disso? Somos o novo evangelho, “o rebanho” saiu a rua todo em nome da fé, do bem-estar. Não foi em nome do desespero como alguns tentam demonstrar, o ritual da “religião” da fome não permite isso. Jejuamos, todos os dias, em nome de impostos. E chapa 100 é isso, uma “religião” de truques, que produz o social e chapacentea qualquer cidadão que negue esta responsabilidade que temos para com a sociedade.
E como pequeno empresário, amanha poderei escrever sobre os “subsídios” que pretendem transformar-nos em mensageiros “ de um divino futuro” para os citadinos de Maputo. Aguardem. Sou pequeno empresário.
4 comentários:
excelente texto! a blogsfera anima por isso, cada um faz a analise de maneira diferente. sou empresario, nao na area de transporte mas vejo como entendes os esquemas que se realizam na nesta area.
jorge, muito belo! levantaste um espelho que nem o mais profundo conhecimento de weber ou de marx me vai obrigar a olhar directamente. teria medo de lá me reconhecer. estás a falar de todos nós. afinal, somos todos pequenos empresários da vida. estás a deixar de ser moçambicano. moçambicano de verdade fala dos outros. os outros é que são maus. seja mais patriótico, por favor!
Excelente. A minha questao e como e que vamos desenvolver um pais cujo populacao de cerca de 21 milhoes e suportatada por impostos de de menos de meio milhao de trabalhadores se nao estimulamos os pequenos empresarios? Nao enetendo de antropologias nem sou analista plitico mas, quer me parecer que quando os tumultos se tornaram reais, pelo menos na cidade de Maputo, o "povo" trabalhador ja se encontrava nos seus postos - a interpertar pelas imanges da televisao e pelo elevado de numero de pedestres no final de dia. Quis me parecer que os pedestres eram os empregados importantes citados por um dos nossos matutinos.
defendo a tese de que se devia insentivar pequenos investimentos envolvendo recem formados pelas diferentes instituicoes de ensino que polulam pelo pais fora, pois, o numero de escolas tecnicas aumenta na mesma proporcao que aumentao numero de desempregados formados, alguns ate com ensino superior - que desperdicio!...
ao primeiro anonimo: os esquemas esquematizam a nos todos.
elisio! ja comecei a ser patriotico, afinal esta coisa de patriotismo funciona como o volume, aumentamos quando nos convem perturbar o sono do vizinho. o dia que assumirmos que muito dos mocambicanos sao pequenos empresarios, talvez a nossa atitude para com os nossos problemas podem mudar.
para o segundo anonimo: tambem fico pensando onde o governo vai buscar tanto dinheiro para subsidiar os chapas. entao vou dar asas a imaginacao popular: ha dinheiro, senao nao iriam subsidiar. uma imaginacao perigosa, porque funciona como elastico, que mesmo assim tem limites que nao justificam tanta carga de vontade que nossos governanates demonstraram ao aceitar subsidiar.
mas tuas questoes em relacao aos trabalhadores, jovens e o emprego. sou de opiniao que muito dos governos que governaram mocambique, nao puderam identificar a criacao do emprego como primeira prioridade para o desenvolvimento. ha uma heranca terrivel de nao trabalhar com dados estatitisticos e projeccoes demograficas, que sao um instrumento interessante para a elaboracao de politicas, estrategias e metas sectoriais. veja isso na educacao e na saude, isto para nao falar na analise da populacao produtiva.
Enviar um comentário