O sociólogo e bloguista Elísio Macamo faz uma incursão de tirar o fôlego, pela brilhante disposição de ideias sobre o que ele pensa dos desafios de Moçambique em relação a indústria desenvolvimento. Em muitos círculos este é um assunto polémico, não por causa da sua complexidade, mas devidos a vários entendimentos do mesmo. Elísio Macamo numa das suas dissertações escreve que a corrupção transformou-se “num instrumento de trivialisação da nossa política, mas também numa cortina que não nos permite ver os problemas sérios que a dependência do auxílio externo está a criar no nosso seio”. Um argumento polémico, não pela ênfase temático, mas pelo chamamento que faz a nossa reflexão.
Este argumento revela-se polémico quando somos obrigados a “inspeccionar” as nossas crenças e os vários discursos sobre a agenda de desenvolvimento para Moçambique. Mas ouvi como sempre nos vários foruns que estamos perante um momento de coragem do Elísio em desafiar nossas crenças e achei problemático o entendimento que temos de homens corajosos. Acredito em alguns atributos da coragem, mas o facto de que ate para reflectirmos sobre o nosso eu-individuo como primeiro exercício de cidadania, precisamos buscar “coragem”, revela-se problematico. Que poço é esse que só oferta agua para alguns previlegiados?
Ao reflectir sobre a ideia/entendimento do desenvolvimento, que só é valida quando pode devolver aos moçambicanos um pensamento reflexivo sobre as suas opções politicas e sociais, Elísio devolve a “bola” para um debate interessante sobre os limites e os contornos da liberdade. A liberdade no caso dos Moçambicanos, no meu entendimento, seria o entendimento de que existem coisas possíveis, no âmbito político, social, económico e cultural. Onde as coisas possíveis devem estar ligadas ao pensamento de que temos que ser capaz de fazer a nossa própria historia.
Fazer a nossa própria historia, não significa um desligamento com “o mundo de boa vontade” e o sentido regulador que as relações com o mundo impõem na nossa existência como sociedade e como pais. Significaria devolver a autonomia política e moral aos moçambicanos de modo a definirem os critérios e o entendimento que temos do desenvolvimento e do rumo que queremos dar a nossa história. Aqui acredito que os atributos da coragem não são suficientes, precisamos de desenvolver uma cultura crítica instrumental que permite identificar ou preservar espaços no nosso sistema político para a articulação de interesses e que permite fundamentar uma concepção comum de desenvolvimento sem intervenção de uma concepção exterior ou superior ao raciocínio dos cidadãos envolvidos.
E porque tudo é uma questão de coragem vou deixar aqui ficar nesta rubrica a minha pequena coragem.
Este argumento revela-se polémico quando somos obrigados a “inspeccionar” as nossas crenças e os vários discursos sobre a agenda de desenvolvimento para Moçambique. Mas ouvi como sempre nos vários foruns que estamos perante um momento de coragem do Elísio em desafiar nossas crenças e achei problemático o entendimento que temos de homens corajosos. Acredito em alguns atributos da coragem, mas o facto de que ate para reflectirmos sobre o nosso eu-individuo como primeiro exercício de cidadania, precisamos buscar “coragem”, revela-se problematico. Que poço é esse que só oferta agua para alguns previlegiados?
Ao reflectir sobre a ideia/entendimento do desenvolvimento, que só é valida quando pode devolver aos moçambicanos um pensamento reflexivo sobre as suas opções politicas e sociais, Elísio devolve a “bola” para um debate interessante sobre os limites e os contornos da liberdade. A liberdade no caso dos Moçambicanos, no meu entendimento, seria o entendimento de que existem coisas possíveis, no âmbito político, social, económico e cultural. Onde as coisas possíveis devem estar ligadas ao pensamento de que temos que ser capaz de fazer a nossa própria historia.
Fazer a nossa própria historia, não significa um desligamento com “o mundo de boa vontade” e o sentido regulador que as relações com o mundo impõem na nossa existência como sociedade e como pais. Significaria devolver a autonomia política e moral aos moçambicanos de modo a definirem os critérios e o entendimento que temos do desenvolvimento e do rumo que queremos dar a nossa história. Aqui acredito que os atributos da coragem não são suficientes, precisamos de desenvolver uma cultura crítica instrumental que permite identificar ou preservar espaços no nosso sistema político para a articulação de interesses e que permite fundamentar uma concepção comum de desenvolvimento sem intervenção de uma concepção exterior ou superior ao raciocínio dos cidadãos envolvidos.
E porque tudo é uma questão de coragem vou deixar aqui ficar nesta rubrica a minha pequena coragem.
4 comentários:
jorge, obrigado pela tua "coragem". na verdade, acho problemático, aliás como tu também, que o exercício de um direito fundamental seja revestido de "coragem". quando chegamos a esta situação há qualquer coisa que não está bem. é por isso que estou cada vez mais interessado na liberdade e condições de sua realização. só isso vai nos permitir fazer a nossa própria história. mas continua que estou atento.
caro elisio! a coragem esse atributo que quer magico, estou curioso nas condicoes sociais que tornam a coragem um atributo de "elevado" valor.
Gosto de ler Elísio Macamo e procurando o porque desse gostar confesso que é pela dificuldade de lhe entender. O jeito crónico como ele me tira do "simplismo" com que estou acustumado e me "esforça" a pensar. A dolorosamente pensar.
caro nelson, ando longe dos blogues e mesmo quando os visito não é por muito tempo. contudo, abro um parêntesis para lhe dizer que não é o único que sente essa dificuldade. eu também tenho imensas dificuldades em me entender. há qualquer coisa que está sempre a dizer-me que há mais alguma coisa que tenho de saber antes de aceitar o que os outros me dizem. muitas vezes, porém, chego à conclusão de que são os meus valores que me obrigam a ver coisas de uma determinada maneira de modo que, na verdade, estou nesta guerra cerrada com os meus próprios valores. preciso de os vencer para apreciar devidamente o que os outros me querem dizer. não tem sido fácil. dói.
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