Existe arte que legitima-se fora da interacao social entre o artista e a sociedade?
O sociologo e blogista Elisio Macamo comenta no post do chapa100 com o titulo tio patinhos e o umbigo 2. E Porque sou de opiniao que este comentario, abaixo transcrito, tem a forca de revisitar as nossas certezas e especificar os nossos argumentos, faco o comentario em destaque para os passivos leitores e activos blogistas. Tentarei com mais vagar responder as perguntas dirigidas ao chapa100.
"caro chapa100, excelente texto o teu! penso que apresentas muito bem o lugar da produção artística juvenil no nosso país. não sei se concordaria contigo se utilizasses esta apresentação para contrariar os que criticam as letras da música de azagaia. como sabes, sou um deles. em tempos tentei fazer uma distinção entre desabafo e crítica social (que tu consideraste simplista sem mais elaboração) para dizer que da mesma forma que o artista precisa do seu espaço de criatividade nós os da sociologia precisamos também de manter a substância analítica dos nossos conceitos. eu estava a reagir à ideia de que o que ele canta é "crítica social". não me parece e disse porquê. continuo a pensar que é um desabafo extremamente contraproducente. mas concordo contigo que é produção artística. mas tu, de certeza, não podes estar a dizer que a produção artística nos deva deixar indiferentes. não seria isso o contrário do que tu próprio pensas ser o papel da arte? tu não podes estar a querer dizer que devemos ignorar o artista porque é artista. da mesma forma que ele pode produzir artisticamente nós também podemos interpelar essa produção. criticar é também estética, revela a nossa capacidade de sermos impressionados pela produção artística.não percebo o que tu dizes sobre o facto de serem muitas as pessoas que consomem a sua música. o que queres dizer, exactamente? que se for cada vez maior o número de pessoas que o consumirem, ele não pode estar enganado? que era preferível que fosse ignorado? abraços". Eliso Macamo
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