Durante a infancia, fui dancando ao ritmo da timbila e da marimba no patio do ex-conselho executivo, no bairro de Xipamanine. Depois veio o inesperado itinerario, Baza baza e Mutxeca encheram minha adolescencia de mestria na arte de dancar e perder sentidos. Ali no espaco do Bazuca e no famoso campo do SMAE. Em seguida, a curiosidade tomou conta de mim, nos bancos do cinema Olimpia e campo kape kape, para estudar os sentidos colectivos de um chamanculo que era meu mundo, descobri nestes lugares o mestre Salimo, Ghorwane, grupo RM, Wazimbo, Nova Dimensao, Alexandre Langa, Fany Fumo, Lisboa Matavel, e outros habitantes da memoria chamanculiana. E assim os meus sentidos nunca mais pararam, descobri o dramaturgo Lino Lhongo no Bairro do aeroporto - anda ai uma publicidade, da CNCD, que anuncia um decano das artes cenicas em mocambique, nao sei qual foi o criterio para esse titulo - , Ungulani Baka khosa na marisqueira do Alto Mae e os desenhos do Idasse na revista tempo. A literatura tomou conta dos sentidos, comandou a descoberta do mundo urbano.
Todo este rabisco resulta do meu contentamento. Afinal, parece que comecou o exercicio de pensar estruturalmente na cultura. é so um comeco, mas pode valer no exercicio de produzir sentidos mais apurados da nossa relacao com a cultura e seus produtores. depois de ver a Casa Velha a cair aos bocados, distritos e cidades sem casa ou espaco cultural (ex.Xai XAi ), o ARPAC sem fundos, os museus a cairem aos bocados, pouco tempo de antena para o programa Cena Aberta, e a eliminacao do cafe cultural na radio cidade, o anunciado instituto superior de artes e cultura, tras uma alegria para muitos como eu, porque julgamos que o pais tambem merece academias mario colunas das artes e cultura.
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