manos
juro palavra "d'honra" que esta gente nem esta ai meu irmao. nem com o dinheiro dos terrenos do triunfo, nao conseguiram plantar acacias, os terrenos ja acabaram agora precisa-se buscar solucoes para alimentar muita gente e sistema que nao funciona.
nao se domina um gato agarrando a cauda, mas sim pela cabeca e cortando unhas.
acredito em solucoes locais e sustentaveis, sao discutiveis. porque conheco-as, foram minha realidade e sao ainda hoje uma coisa inovadora.
anos oitenta e noventa, vi muita gente no suburbio de tchova xita duma recolhendo garrafas, objectos de vidro, pedacos de madeira,papel, lixo socialmente reciclavel, que depois vendia-se a outros revendedores que depois revendiam a vidreira, a laurentina, implama, construtoras, carpentarias, e outros recicladores e aproveitadores do "lixo". esses homens de tchova xita duma, sabiam bem separar o reciclavel, "deitar fora" no lugar proprio o nao reciclavel, aproveitar o socialmente aproveitavel. e conheco mocambicanos que ficaram "empresarios" do lixo na altura e acabaram comprando bancas no xipamanine e reconstruir ali no suburbio as suas casas. ali na avenida do zixaxa, perto ca casa fabiao e anuaril, havia ali uma casa de um mocambicano de origem indiana que reconstruiu a sua madeirazinco e educou seus filhos, a sua famila teve uma barbearia com investimento do "lixo".e muitos outros tchovas que apartir de xipamanine, bazuca, espada, vulcano, "invadiam" os bairros de maputo procurando "lixo". eu conheci-os porque matabichavam com as minhas chamussas e matoritori. esta experiencia, num pais onde nao e problema ter um "tchova", ter uma mao de obra aos milhoes, gente que conhece o suburbio, gente que sabe penetrar nos caminhos sinuosos e intransitaveis por meios circulantes "normais" do nosso municipio, gente que organizado em cooperativas, com um pequeno curso de como tratar o lixo, com uma "pequena engenharia" no tchova, que nos mesmos produzimos com nossa tecnologia made in mocambique, para poder criar diferentes compartimentos para separar e transportar o lixo, juro que isso funciona. o municipio podia fixar um contracto de pagamento, o criterio podia ser por zona (para evitar lutas e aproveitores do "deixa destruir" e podia se usar o criterio de zonas aplicado a chapas100's), pelo volume, pelo tipo de lixo, criterios minimos higiene, etc. e para a outra fase que e de incineracao, de transporte e deposito na lixeira, de reciclagem, podiam entrar os mais especializados, tambem ai nao vejo problema que nao exista pequenos empresarios "mukheristas" nossos que nao gostariam de fazer um negocio legal do lixo (bastava tambem ajuda-los aumentando o know-how deles no transporte, uso e tratamento do lixo). e no bairro manos todos nos sabemos que quanto o matine diz " ma dalicenca, ma contentor haleno" toda gente sabe que matine vem recolher livro, empresario do tchova, fazendo a mola dele e limpando a cidade.
outra experiencia temos de uma empresa ( acho que fapacar), nao me lembro do nome, mas andava la para zonas do bairro vinte e cinco de junho ou coisas do benfica, fez uma campanha para os maputenses reciclarem o papel, nas esquinas de maputo havia um contentor, ate "mendigos" estavam envolvidos, papel no chao valia "mola" , a cidade andou limpa. a empresa nao sei onde anda, ninguem olhou nestas iniciativas locais. atraves da sua experienca de recolha e reciclagem do papel podia expandir a sua area para outro "lixo reciclavel". e papel reciclado e economico e sustentavel: temos graficas, escolas que nem tem cartolina e papel caqui para escrever e desenhar, os nossos "artistas" da escola de artes visuas e nucleo de arte para suas esculturas e etc. (basta pedir ao fiel dos santos para juntar a malta dele para uma demonstracao de como se reciclam os jornais para a arte, ou os jovens emprendedores da mozarte para demonstrarem como se aproveita papel para decoracao, agendas, candeiros, etc)
hoje pagamos taxas de lixo, pagamos consultorias, hoje vao entrar ate empresas portuguesas para fazer aquilo que o "tchova" faz barato e nao faz bem porque ninguem lhe quer ensinar.
nao e verdade o que alguns aqui no forum dizem, que e coisas de mocambicanos fazer lixeira e sujeira em tudo, no bairro as pessoas enterram o lixo ou fazem fogo. nos mocambicanos nao gostamos de lixo, so que ninguem com autoridade e inteligencia quer olhar para estas coisas. precisamos de ambintalistas,arquitectos, engenheiros civis, economistas, engenheiros de saneamento, urbanistas, especialistas de saude publica? sim e muito, mas se nao pensamos localmente e contando com as nossas proprias tecnologias, vamos ser um pais de ignorantes que exportamos madeira porque pensamos com falsidade da ganancia que o nossa escola nao precisa de bancos, o hospital nao precisa de camas, que a nossa casa so se constroi com cimento de investidores estrangeiros, que para por uma torneira de agua no suburbio precisamos de construtores e engenheiros chineses, e mais outras "engenharias do inteligente" que so envergonham.
para mim acho que nao custa tentar. vai falhar? pode ate falhar, mas falhamos orgulhosamento mocambicanos. nisso ate deus desculpa.
outro amigo vai dizer que hoje precisamos de estar "globalizados tecnologicamente" ou precisamos de solucoes com dimensao de maputo e "especialidades" importadas, nao estou contra essa ideia, ate pode ajudar.o problema da globalizacao esta nesta maneira globalizante de deixarmos os outros "gananciosos" imporem as nossas necessidades e que so sao satisfeitas com solucoes vindas deles. Fazem nos ter fome para darem-nos de comer e controlar nossas mentes, fazem-nos pensar que eles sabem melhor que nos, do que precisamos, atrofiam a nossa mente e olhar, acreditamos mais neles do que na nossa capacidade de solucionar sem eles, fazem-nos ter medo de pensar segundo o nosso umbigo. porque para eles a nossa barriga e de vidro.
entao manos, o municpio tem que explicar bem "essa cena" de aumentar taxas e explicar segundo a necessidade do nosso umbigo. por favor senhores vereadores.
la famba bicha
jorgematine
juro palavra "d'honra" que esta gente nem esta ai meu irmao. nem com o dinheiro dos terrenos do triunfo, nao conseguiram plantar acacias, os terrenos ja acabaram agora precisa-se buscar solucoes para alimentar muita gente e sistema que nao funciona.
nao se domina um gato agarrando a cauda, mas sim pela cabeca e cortando unhas.
acredito em solucoes locais e sustentaveis, sao discutiveis. porque conheco-as, foram minha realidade e sao ainda hoje uma coisa inovadora.
anos oitenta e noventa, vi muita gente no suburbio de tchova xita duma recolhendo garrafas, objectos de vidro, pedacos de madeira,papel, lixo socialmente reciclavel, que depois vendia-se a outros revendedores que depois revendiam a vidreira, a laurentina, implama, construtoras, carpentarias, e outros recicladores e aproveitadores do "lixo". esses homens de tchova xita duma, sabiam bem separar o reciclavel, "deitar fora" no lugar proprio o nao reciclavel, aproveitar o socialmente aproveitavel. e conheco mocambicanos que ficaram "empresarios" do lixo na altura e acabaram comprando bancas no xipamanine e reconstruir ali no suburbio as suas casas. ali na avenida do zixaxa, perto ca casa fabiao e anuaril, havia ali uma casa de um mocambicano de origem indiana que reconstruiu a sua madeirazinco e educou seus filhos, a sua famila teve uma barbearia com investimento do "lixo".e muitos outros tchovas que apartir de xipamanine, bazuca, espada, vulcano, "invadiam" os bairros de maputo procurando "lixo". eu conheci-os porque matabichavam com as minhas chamussas e matoritori. esta experiencia, num pais onde nao e problema ter um "tchova", ter uma mao de obra aos milhoes, gente que conhece o suburbio, gente que sabe penetrar nos caminhos sinuosos e intransitaveis por meios circulantes "normais" do nosso municipio, gente que organizado em cooperativas, com um pequeno curso de como tratar o lixo, com uma "pequena engenharia" no tchova, que nos mesmos produzimos com nossa tecnologia made in mocambique, para poder criar diferentes compartimentos para separar e transportar o lixo, juro que isso funciona. o municipio podia fixar um contracto de pagamento, o criterio podia ser por zona (para evitar lutas e aproveitores do "deixa destruir" e podia se usar o criterio de zonas aplicado a chapas100's), pelo volume, pelo tipo de lixo, criterios minimos higiene, etc. e para a outra fase que e de incineracao, de transporte e deposito na lixeira, de reciclagem, podiam entrar os mais especializados, tambem ai nao vejo problema que nao exista pequenos empresarios "mukheristas" nossos que nao gostariam de fazer um negocio legal do lixo (bastava tambem ajuda-los aumentando o know-how deles no transporte, uso e tratamento do lixo). e no bairro manos todos nos sabemos que quanto o matine diz " ma dalicenca, ma contentor haleno" toda gente sabe que matine vem recolher livro, empresario do tchova, fazendo a mola dele e limpando a cidade.
outra experiencia temos de uma empresa ( acho que fapacar), nao me lembro do nome, mas andava la para zonas do bairro vinte e cinco de junho ou coisas do benfica, fez uma campanha para os maputenses reciclarem o papel, nas esquinas de maputo havia um contentor, ate "mendigos" estavam envolvidos, papel no chao valia "mola" , a cidade andou limpa. a empresa nao sei onde anda, ninguem olhou nestas iniciativas locais. atraves da sua experienca de recolha e reciclagem do papel podia expandir a sua area para outro "lixo reciclavel". e papel reciclado e economico e sustentavel: temos graficas, escolas que nem tem cartolina e papel caqui para escrever e desenhar, os nossos "artistas" da escola de artes visuas e nucleo de arte para suas esculturas e etc. (basta pedir ao fiel dos santos para juntar a malta dele para uma demonstracao de como se reciclam os jornais para a arte, ou os jovens emprendedores da mozarte para demonstrarem como se aproveita papel para decoracao, agendas, candeiros, etc)
hoje pagamos taxas de lixo, pagamos consultorias, hoje vao entrar ate empresas portuguesas para fazer aquilo que o "tchova" faz barato e nao faz bem porque ninguem lhe quer ensinar.
nao e verdade o que alguns aqui no forum dizem, que e coisas de mocambicanos fazer lixeira e sujeira em tudo, no bairro as pessoas enterram o lixo ou fazem fogo. nos mocambicanos nao gostamos de lixo, so que ninguem com autoridade e inteligencia quer olhar para estas coisas. precisamos de ambintalistas,arquitectos, engenheiros civis, economistas, engenheiros de saneamento, urbanistas, especialistas de saude publica? sim e muito, mas se nao pensamos localmente e contando com as nossas proprias tecnologias, vamos ser um pais de ignorantes que exportamos madeira porque pensamos com falsidade da ganancia que o nossa escola nao precisa de bancos, o hospital nao precisa de camas, que a nossa casa so se constroi com cimento de investidores estrangeiros, que para por uma torneira de agua no suburbio precisamos de construtores e engenheiros chineses, e mais outras "engenharias do inteligente" que so envergonham.
para mim acho que nao custa tentar. vai falhar? pode ate falhar, mas falhamos orgulhosamento mocambicanos. nisso ate deus desculpa.
outro amigo vai dizer que hoje precisamos de estar "globalizados tecnologicamente" ou precisamos de solucoes com dimensao de maputo e "especialidades" importadas, nao estou contra essa ideia, ate pode ajudar.o problema da globalizacao esta nesta maneira globalizante de deixarmos os outros "gananciosos" imporem as nossas necessidades e que so sao satisfeitas com solucoes vindas deles. Fazem nos ter fome para darem-nos de comer e controlar nossas mentes, fazem-nos pensar que eles sabem melhor que nos, do que precisamos, atrofiam a nossa mente e olhar, acreditamos mais neles do que na nossa capacidade de solucionar sem eles, fazem-nos ter medo de pensar segundo o nosso umbigo. porque para eles a nossa barriga e de vidro.
entao manos, o municpio tem que explicar bem "essa cena" de aumentar taxas e explicar segundo a necessidade do nosso umbigo. por favor senhores vereadores.
la famba bicha
jorgematine
1 comentário:
Caro Jorge,
Sou brasileira, de Minas Gerais. Cheguei quase-que-sem-querer no seu blog, através de uma pesquisa no google (sobre reclagem de papel). E, claro, eu não teria como ler seu maravilhoso texto e sair daqui sem ao menos dizer:
Parabéns!
Se houvessem mais pessoas comprometidas dessa forma...
A sociedade seria outra...
O mundo inteiro seria outro...
Há alguns dias aconeceu um assassinato aqui, na cidade onde moro. Um garoto de 10 anos foi estuprado e assasinado por um homem. Um homem pobre, de matéria e de espírito. Um homem que mal tinha o que comer e onde dormir.
Semana passada, em São Paulo, quatro jovens espancaram uma mulher em um ponto de ônibus. Sabe o que eles alegaram?
"Desculpe, achamos que era uma prostituta."
Dá para acreditar?
Que mundo é esse??
Que sociedade é essa??
É por essas e outras que me alegro indescritivelmente quando leio um artigo como o seu... ou conheço uma pessoa como você!
Não mude a si, Jorge, jamais!
Mude as pessoas ao seu redor!
Abraços..
Emanuela Almeida
emanuelaap@hotmail.com
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