terça-feira, janeiro 23, 2007

nachingweya I I I- para uma sociologia de pobreza

ao escritor pedro muiambo

...acordei pensando numa grávida...uma sexta-feira podia ser o dia das grávidas...da bebida sem espuma, sem copo...eu gosto das grávidas grandes, aquela grávida de 12 meses, quente, ciumenta...aquela grávida redonda como a Lua, maluca como as putas noites de Maputo...mas seria uma grávida igual as outras, as vezes, podia amar um filho...mas agora sei que não seria uma grávida qualquer como a espuma que bebemos, seria uma grávida de muitas barrigas, meu ventre seria cada barriga destas mulheres de Maputo, para sentir, acaricia-las o umbigo de todos os dias, fazer destas mulheres redondas e meigas, barrigudas e preguiçosas... seriam mulheres feias e princesas pela grávida que amam...então nachingweya hoje quero ser uma grávida...onde cada barraca seria meu aborto e cada sexo meu parto...imaginas a barriga que seria minha nesta noite? todas sextas-feiras tenho sonhos esquisitos...faltam-me pretas para beija-las o umbigo, engravida-las as escondidas, de preferência na chapa de zinco, no murro que desaba e fazer outro africaninho na sombra da acacia, como fazem as barrigas de Maputo...e esta hein? Melhor voltar para cama...

1 comentário:

Anónimo disse...

xi voce provoca mesmo

lena