Os poetas e jornalistas moçambicanos Amin Nordine e Celso Manguana, estão proibidos de participar nos eventos da Associação dos Escritores Moçambicanos (AEMO) durante um período de seis meses (leia aqui). O país esta mal, porque é um país diferente dos seus cidadãos. A direcção da AEMO resolveu assumir poderes que não lhe competem. E para mostrar a força do novo poder instituído embargou as “obras” dos poetas Amine Nordine e Celso Manguana cujo lançamento estava previsto para esta semana e para os próximos meses. Não quero ser espírito da desordem, mas o direito a liberdade artística foi violado, os acordos que a AEMO tem com os patrocinadores não lhe da nenhum direito acima da tarefa editorial sobre a liberdade intelectual dos escritores e seus membros. E mais, a AEMO é património cultural dos moçambicanos e vive quase do erário público.
Dostojevskij, não por ser russo, fez perguntas sérias e difíceis. Uma das perguntas mais profundas era sobre a origem do mal na sociedade, e qual seria o limite da liberdade. Para muita gente estas perguntas são mesquinhas, porque a resposta reside na nossa própria existência. A AEMO representa o lugar das perguntas, onde Dostojevskij podia ser qualquer um dos membros da AEMO, não na plenitude das obras deste escritor, mas na busca do enigma do mundo. Os escritores têm esse privilégio, de serem ateus num pais onde governa um Deus obrigatório.
A AEMO resolveu assumir o papel de Deus, melhor a tarefa de ser o novo apostolo da ordem, porque onde não existe Deus tudo é permitido. Será?
Dostojevskij, não por ser russo, fez perguntas sérias e difíceis. Uma das perguntas mais profundas era sobre a origem do mal na sociedade, e qual seria o limite da liberdade. Para muita gente estas perguntas são mesquinhas, porque a resposta reside na nossa própria existência. A AEMO representa o lugar das perguntas, onde Dostojevskij podia ser qualquer um dos membros da AEMO, não na plenitude das obras deste escritor, mas na busca do enigma do mundo. Os escritores têm esse privilégio, de serem ateus num pais onde governa um Deus obrigatório.
A AEMO resolveu assumir o papel de Deus, melhor a tarefa de ser o novo apostolo da ordem, porque onde não existe Deus tudo é permitido. Será?
7 comentários:
Acho demasiada coincidencia, esta atitude da AEMO. Portanto, dois jovens de "cartas dadas" e que tem amealhado inumeros premios, sao banidos da sua associacao, na vespera de publicacao de seus trabalhos, num pais com um defice consideravel de producao literaria!! Esses tipos merecem uma "ovacao clamorosa"!!
Ha' aqui aspectos que precisam de ser esclarecidos, e como o Bayano e o Milton tem referido, os nossos "media" precisam de aprender a informar! Esta peca do "Noticias" limita-se apenas a transcrever o comunicado da AEMO! A partir dela, devemos, sem qualquer forma de questionamento, concluir que o Manguana e o Nordine sao uns arruaceiros, desiquilibrados mentais e prontos, a AEMO nao pactua com esse comportamento!
Mas ninguem indica:
- Qual a motivacao das suas persistentes "reivindicoes"?
- Se e' que eles chegaram a "perder as estribeiras", o que tera conduzido as coisas ate esse ponto?
- O que estava a ser discutido?
No's sabemos que muitas dessas instituicoes andam completamente "dead-locked", com uma estrutura fechada e renitente a "mudancas", principalmente quando se trata de "mentes livres" como o Celso e o Amin! Pretende-se ter sempre "gente de confianca", em seja qual for a instituicao! Ninguem se deve admirar disso, num pais onde o "establishment" inclusive nao abdica de ter o controlo de meras "associacoes de estudantes" universitarios!
Agora, eu gostaria de saber qual e' o teor desses livros, cuja a publicacao esta' claramente a ser banida! Em minha opiniao, esse e' o "cerne oculto" desta questao!
digo mais amigo jonathan! onde esteveum dos pilares do jornalismo: ouvir o visado? o notícias limitou-se simplesmente a transcrever o comunicado do aemo e não ouviu nem ao manguana, nem ao amin.
não concordo com muita coisa que passa da cabeça do manguana, mas, como dizia voltaire, vou defender o direito dele de se expressar. há aqui uma coincidência: a nova direcção da aemo é composta por membros da ojm.
durante o fim de semana vou reflectir sobre isso e postar pra semana.
um abraço
bayano
Vamos aguardar o teu post! Ta claro q aqui ha gato encomendado do Andar de cima!
Se for oque penso está-se mal. Se for uma forma de calar quem pensa diferente, uma associação de escritores é lugar errado. Mata oque de mais sagrado o escritor tem ou devia ter. A liberdade de pensar. A criatividade.
caros colegas! desculpe responder tarde, mas o espirito de nao deixa blogar anda forte. os pontos levantados pelo jonathan e bayano sao fortes, em relacao ao copy and past feito pelo noticias. nelson, parece-me que os escritores em causa foram vitimas da nova conjunctura de reabilitar a imagem da aemo. so que com este tipo de atitude nao sei para onde vamos. o que intriga a minha pessoa e a "ousadia" da aemo embargar a publicacao das obras destes escritores, ai o novo secretariado nao ponderou como deve ser. as pessoas que "parecem" conhecer a aemo, dizem-me que os escritores comportaram-se "mal" na presenca de um convidado especial e oficial. so que em vez da aemo emitir um comunicado pedindo desculpas ao " convidado especial" pelo "comportamento" de alguns dos seus associados, numa cerimonia da aemo. nao, nao fez isso, que seria o minimo de elegancia e respeito pelo "simbolo" que a convidado oficial representa. entao aqui neste comunicado, a aemo nao se preocupou com o "simbolo" e com a imagem da aemo, mas sim com uma cultura de forca que atenta contra o principio que nortea uma associacao de intelectuais e produtores de cultura.
nao pretendo estado do lado de manguana e amin, mas estar do lado da liberdade intelectual e do espaco que aemo deve ocupar como uma associacao, cultural que assenta na promocao da liberdade artistica e intelectual. por isso, quando a aemo, diz que nao vai publicar as obras destes escritores, ela assume uma posicao de conflito contra os principios e os estatutos da aemo. A aemo sempre foi uma oficina intelectual, as vezes um espaco menos saudavel, para aquilo que se exige de uma instituicao como a aemo. mas a aemo vale pelos seus membros e pelos principios que norteam a actividade da instituicao, e ela assume uma dimensao que ultrapassa esse sentido normativo que muitos exigem. pela historia da aemo, aquela casa e um patrimonio cultural dos mocambicanos (nao so porque vive do erario publico destinados a apoio cultural), como tambem como ela representa o espaco do patrimonio intelectual dos mocambicanos. se nao e, entao devia ser.
agora se era preciso "dar uma licao" aos escritores amin nordine e ao celso manguana, nao sei se esta foi a melhor licao. e a perguntaria seria afinal qual e a finalidade da licao ou da suspensao?
mas o j.oliveira, tera uma tarefa dificil, que nao deixa de ser importante, purificar a aemo sem sacrificar a liberdade intelectual e artistica dos escritores mocambicanos.
caros, ando com um problema do meu teclado, ele vai "saltindo" como um louco a medida que escrevo sem obedecer a ordem de comando, por isso os comentarios e textos tem aparecidos incompletos ou inteligiveis, as minhas sinceras desculpas. e vou avisando que essa "descomando" vai durar algo tempo.
um abraco
AEMO ou AEMOGOV ????
Associaçao de empregados Moçambicanos do Governo. ?????
O que a gente sente nao pode vir ao público !!!
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