sexta-feira, março 09, 2007

e tu borboleta, betinha.

eu estou assim enjoado. de uma gravida. de pensar. e saudades. essas coisas engravidam. brincas? os filhos tardam chegar, estao no prolongamento da gravida. tem essa mania de mostrar umbigo a toda gente. manias que deves ter percebido, na tua gravidez. nao é?
poeta. esse nem fala. a gravida tem ciumes. nao deixa falar. escrever. pode cocar-se. uma inocencia de uma vida dupla. a lingua e o prazer. vou preferir uma encubadora.
falando a verdade nao é medo de brincar papa e mama. a idade pesa. nao so a gravidez. um peso desqualificavel e pretencioso. assim como a brincadeira que me propoes. imagina que vou te ngungular. ja imaginaste? cara-a-cara? melhor nao falar. depois vao dizer que na poesia nao se faz asneira. suca voces.
hoje estou velho. por causa da capulana que amarrei. uma barriga tem vicios. uma capulana para embelezar a barriga que desfeia. que fazer? melhor gingar na inocencia. fingir e amarrar rugas. nao basta esfregar musila na cara, tambem temos que esfregar na barriga. ela se tornou nosso cartao de visita. nao foi assim contigo?
entao a velhice é nosso destino, como a minha barriga. nao questiona, nao nasce. vive assim quieta, mastigando minha juventude que nao mais posso aproveitar. com essas coisas nao vale-pena lutar. contra tua propria barriga? teu cartao de visitas? nao.

existe o poeta. no seu silencio. vai te acarinhar. escutar os pontapes do africaninho. fingir que ama na tua desfeia barriga. alguns dias vai-te escrever versos, para te inspirar que teus seios nao mais vao envelhecer. escrever-te que o leite que gota, é mel, prazer que nunca esgota. afinal o poeta nada mais sabe do que escrever aquilo que no sexo nao se explica. nao foi assim contigo?
é esse amor pelas coisas. na barriga que é redonda e empurra. assim como o sol que nos faz acordar, sem avisar. o galo canta alto como o pontape que o africaninho experimenta na parede da minha barriga. se ele soubesse da parede que nao é. imagino que xutava para dormir seu pe toda vida. afinal doutro lado da parede, nao ha umbigo que alimenta. o poeta? esse é tao txonado como a poesia. escreve bonito e le bonito, mas faz pouco para viver ate outro dia. o poeta é como uma borboleta. vive um dia. colorido, gingao, marrabenteiro, mas nao a vida para outro sol.
e tu? minha borboleta.

6 comentários:

Páginas Soltas disse...

Obrigada pela visita lá no meu cantinho...tão simples como eu!

Estive a ler todos os seus post...
sinceramente que adorei todos os temas e a maneira como os descreveu!

Revela que o que escreve...sente-o!

Um bom fim de semana.

Abraço da

Maria

Avid disse...

Chapa 100

Borboleta que se preza,
Voa apenas nas rimas do vento,
Desliza pela calmaria das brisas,
Descansa mesmo em vendavais de alma.

Sendo assim me pergunto: só se borboleta poetando? Ou será que se poeta borboletando?
A resposta: Pouco importa! O que importa é a liberdade do prazer proporcionado na calma, no desejo e no prazer.
Bjs meus

Anónimo disse...

Eu betinha, borboleta?

Sou eu essa? Ah, queria muito voar, livre de preconceitos, de barreiras... dos sentidos mundanos da moral e bons costumes! Esses cansam mais que o passar dos anos. São esses que envelhecem, enrugam as faces da vida, enfezam-nos...

Borboleta eu? Só porque ando a correr para ver se apanho a vida! Parece voo? É a rapidez com que as coisas passam. Minha filha acordou e disse "eu, abrir a porta, nem pensar"! Negou simplesmente e eu sentí a falta do estalo que a minha mae me deu ontem, quando ousei ignorar fosse o que fosse que ela mandasse...

Agora vens me falar da velhice, tens razao, estamos velhos! Velhos porque esquecemos de voar como desejamos em criança! Viver de realidade, envelhece...

Beijo grande!

DairHilail disse...

passei...gostei de ler-te...agora parto...vem conhecer mminhas saudades...
fuca bem...

Anónimo disse...

Mente

Quando o amor acabar
Ja nada restar das promessas
Feitas no dia que te disse sim

Quando num quarto escuro
Procurares no meu corpo
Teu sonho de traicao

Sussurra-me teu amor apaixonado
Para o meu ouvido emprestado
Fantasias de outra mulher

Chama-me mulher linda
Quando as minhas curvas não forem
Espelho daquela mulher dengosa

Mente-me meu amor
Que ainda te faço feliz
No leito do nosso amor
Enterrado nos seios da rotina

Mas mente-me bonito e baixinho
Quando o meu corpo vibrar
Vibrante bambolear de ancas ressequidas

Mente-me meu amor
Quando me disseres que me queres sempre
Mesmo nós dois sabendo
Que o amor nunca foi eterno

Mente-me e assim jamais saberás
As verdades do meu intimo de mulher
Que a ti te dá o que do mundo retira

Mente amor
Porque o nosso amor é uma mentira
Para manter a harmonia
Daquilo que é a família

Mente-me e eu calarei
Lágrimas de saudades
De um amor fabuloso
Perdido em historias de ninar.

chapa100 disse...

perdido em historias de ninar
e vou mentir
que teus seios estao no lugar errado
que teus labios sao a almofada do mundo
que harmonia so existe na tua anca desnuda

e dizem que a mentira tem pernas curtas, melhor ninar.

obrigado pelo poema anonima