durante esta ausencia prolongada no blog, motivada na razao de devolver a nossa profissao a practica, vou lendo os pequenos mundos que rodeiam esta profissao. Um dos mundos que rodeia esta profissao e a distancia das coisas. aprendemos que na distancia nao podemos ter desculpas. temos que estar la e trabalhar. e trabalhar e isso mesmo, negar que nao estamos distantes, que estamos perto da solucao, que estamos certos que curamos "tudo" que de nos esperam. dizem que sao coisas da profissao. quem me dera que as outras profissoes fossem assim. pelos menos vizinhas desta forma de namorar a distancia das coisas.
a cada vez que pergunto sobre a distancia das coisas, o enfermeiro sorri. e os meus ombros nao caiem, nao desfalecem, revoltam-se. e o enfermeiro segura meu ombro e sente que a minha revolta esta nas lagrimas que nao consigo segura-las. nesta distancia das coisas aprendemos que a vida esta mais cansada dela propria, que nao passamos de profissionais para devolver ,na distancia, a dignidade a dor e a qualidade a morte.
e com o tempo a distancia toma conta de nos. paramos de questionar o mundo a nossa volta. a lagrima aprende a ficar presa como o orvalho que prende-se a uma folha desmamada.e com o tempo descobrimos que a distancia constroi uma ilha e nao a terra isolada.
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