quarta-feira, setembro 13, 2006
Janela I
O segredo do silêncio.
Esta na memória do tempo. Numa cadeira que balança ao vento. Como uma pena que foge a uma galinha. Ai reside o silêncio, na pena. Mas desde quando que o segredo tem silencio? Era uma porta. Coberta de vermelho. Parecia de madeira de pau-preto. Não tinha fechadura. Tinha um arame, comprido, do tamanho do quarto. A janela era de papel. Cartolina. Com escritas da tesco. No tecto não havia luz. Havia candeeiro, com sinaleiros do vento. A cama, redonda como a lua cheia, do tamanho do quarto. De quartos pequenos. Para homens pequenos. E o silêncio vivia assim. A porta era a nossa vida, entre o mundo que vivíamos e o silencio que nos guiava. Maria de Musila vivia assim, na fronteira da porta. Noites longas ela falava da vida, da porta que não a faz amar. Assim ela sonhava na cama redonda. O silêncio tinha seu lugar, no travesseiro, as vezes na lâmpada, pendurada nas teias. Baloiçava, ao vento, na janela aberta. Porque ter uma porta se o que separava o amor dela era o silencio do quarto e o barulho da rua? Pensava Maria. Porque uma porta pode ser tão cruel. Cruel não era a palavra que Maria podia falar dela. Não sabia o seu significado, era analfabeta. Sabia pouco de verbo. Porque saber ler se os homens que sabiam ler nao eram românticos. Escreviam cartas de amor que nem ela nem a Marta sua amiga professora podia entender. Melhor ler o silêncio, dizia Maria Musila. A porta era muito leve quando fazia vento. Batia. Como a palma da Maria Musila para chamar a marta. Da marta não sabíamos muito. Sabíamos que ela era linda, um violino como diziam os rapazes da padaria. Éramos vizinhos da porta. Sentávamos ao por do sol. Ela esperava, Maria musila minguava. Assim era todos os anos. Muitos anos. Dizem 50 anos
Esta na memória do tempo. Numa cadeira que balança ao vento. Como uma pena que foge a uma galinha. Ai reside o silêncio, na pena. Mas desde quando que o segredo tem silencio? Era uma porta. Coberta de vermelho. Parecia de madeira de pau-preto. Não tinha fechadura. Tinha um arame, comprido, do tamanho do quarto. A janela era de papel. Cartolina. Com escritas da tesco. No tecto não havia luz. Havia candeeiro, com sinaleiros do vento. A cama, redonda como a lua cheia, do tamanho do quarto. De quartos pequenos. Para homens pequenos. E o silêncio vivia assim. A porta era a nossa vida, entre o mundo que vivíamos e o silencio que nos guiava. Maria de Musila vivia assim, na fronteira da porta. Noites longas ela falava da vida, da porta que não a faz amar. Assim ela sonhava na cama redonda. O silêncio tinha seu lugar, no travesseiro, as vezes na lâmpada, pendurada nas teias. Baloiçava, ao vento, na janela aberta. Porque ter uma porta se o que separava o amor dela era o silencio do quarto e o barulho da rua? Pensava Maria. Porque uma porta pode ser tão cruel. Cruel não era a palavra que Maria podia falar dela. Não sabia o seu significado, era analfabeta. Sabia pouco de verbo. Porque saber ler se os homens que sabiam ler nao eram românticos. Escreviam cartas de amor que nem ela nem a Marta sua amiga professora podia entender. Melhor ler o silêncio, dizia Maria Musila. A porta era muito leve quando fazia vento. Batia. Como a palma da Maria Musila para chamar a marta. Da marta não sabíamos muito. Sabíamos que ela era linda, um violino como diziam os rapazes da padaria. Éramos vizinhos da porta. Sentávamos ao por do sol. Ela esperava, Maria musila minguava. Assim era todos os anos. Muitos anos. Dizem 50 anos
terça-feira, setembro 12, 2006
txonados e chamboqueados no jazz da vida
wena pa, comecou mal? onde tudo comeca podes escrever uma mentira...imagina que nao tens mola para o jazz concert...e a mentira seria que tudo acabou mal... entao o mal nao tem nada haver com dia...mas com a mentira de dizer algo...complicado ne? tambem imagino...por isso gosto das palavras...quando nao tinha mola para os concertos, ficava ali na estacio dias contando e espreitando a malandrice dos outros: o roubo, o lixo, a suruma, o haxi, o bebado, o policia, a bola,o cao, a cadela... entao este era o melhor jazz dos txonados...cria um screen na estacio dias...tipo observacao natural para os txonados da vida...wena pa...
domingo, setembro 10, 2006
a mania da vida
Existe uma prisao dentro de nos. uma prisao de homens. As vezes pela sua grandeza, de parede na minha terra chamam de cadeia. Mas sem maxima seguranca. Nao e preciso fugir. Porque nao se pode fugir dessas coisas.
A cadeia e feita de pano. Melhor de trapos, melhor de trapinhos. Desses trapinhos coloridos, leve e formoso. Mas e uma cadeia. Estamos la presos. Eu e outros camaradas da terra de dentro-de- nos.
nesta prisao em cadeia, existe uma mania, ou melhor manias, de que so podemos falar de dentro-de-nos.
Termina. Comeca outra ficcao da vida.
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