quarta-feira, março 11, 2009

ares romanescos I

1- Outubro pode ser o mês de ausências. A palavra quotidiana ausentou-se, em férias prolongadas como o país que esquece suas fronteiras. A fronteira devia ser o fim das coisas que nosfazem Moçambicanos. Escutei isso de um amigo. Estávamos todos entretidos no cansaço, na longa distancia que separa a vida rural da vida urbana. O vulcano era o começo de tudo e a paragem do sonho. Entre a voz que grita por novos passageiros e o silencio da bacia cheia de bolinhos, existe uma odisséia que se avizinha. As viagens nunca deviam ser assim. Murmura quem sempre viajou no sonho de um lugar por chegar. Porque a vida de muitos no vulcano desmama-se na ansiedade de um minibus que nunca enche, como o balão que sopramos no limiar de um ataque de asma: engrandece os olhos e enfraquece o corpo.
2 - e Março, delega-se uma vontade de refazer um personagem. Varias ousadias foram testadas. A mais interessante seria de um artista inseguro que se transforma numa estrela. E porque o enredo não foge a descrença do mundo, morre linchado num bairro da capital. Dura 34 segundos para um actor se tornar um objecto de estudo social, morre o corpo, mas ressuscita a gênese de um estilo: o assunto. O governo pega para fazer um seminário nacional, o cientista despega para fazer não apenas uma, mas duas biografias sobre ele. A ideia de estado reinventa-se na descrença das gentes que acreditam que o mundo mudou. Mas o suspense esta no partido que reclama novo nascimento, o linchamento reencarna um país decadente, gordo e apaixonado, mas com aparência de doente. A decisão de matar esta logo no início da e(hi)stória.

3 - Por alguns segundos pensei na Beira. afinal para onde sopra o vento?. ja filmaram os outros: o "vento sopra de norte". sera?